quinta-feira, 10 de julho de 2008

Divagação malsã...




Sempre me intriguei com o semblante das "mulheres de vida fácil"

Talvez por não vislumbrar muita facilidade nesta tal vida,

Talvez por enxergar no olhar de cada uma, bem no fundo, algo como um brilho opaco e taciturno, tal qual ao de um palhaço que aos outros contenta enquanto a dor, aos poucos, o consome

A mim, seus gestos e adornos espalhafatosos insinuam um pedido de atenção e socorro, assim como um pássaro aprisionado que não canta a beleza da vida, mas sim a tristeza de seu cárcere...

Me compadeço de ti menina loba, que sob a luz da lua, em lupanares abjetos, traça a tua história...

Sei que és, em si, uma garotinha e que, apesar dos teus disfarces, sonhas apenas com um príncipe que te resgate e te despose...

Se quiseres, um conselho: Torne à vida antes que o tal mancebo apareça

Não permita que uma má decisão tomada se torne perene na tua existência tão efêmera.

sábado, 5 de julho de 2008



Ode ao meu velhote...

Meu pai conhece o céu. Sabe o nome e o lugar de estrelas, planetas e constelações

Conhece a terra. Sabe a localização, a língua, a moeda e a crença de cada país e de seu povo

Conhece a formação das nuvens e o movimento das marés, sabe quando vem tormenta e quando o mar está pra peixe...

Eu mal sei os mistérios da minha existência; dela só sei que penso, logo concluo como um certo grego que andou por aí a algum tempo atrás.

Oh vida, traga-me os segredos de seus mistérios que só os cabelhos brancos podem guardar...

Enigmática vida, mesmo que te decifre, ainda assim me devorarás, afinal, essa é a tua lógica; é o que te faz tão bela!


(De minha lavra)

Guerreiro Menino - Gonzaguinha

Um homem também chora
Menina morena
Também deseja colo
palavras amenas
Precisa de carinho
Precisa de ternura
Precisa de um abraço
da própria candura

Gerreiros são pessoas
são fortes, são frágeis
Gerreiros são meninos
por dentro do peito
Precisam de um descanso
Precisam de um remanso
Precisam de um sonho
que os tornem perfeitos

É triste ver meu homem
guerreiro menino
com a barra do seu tempo
por sobre seus ombros

Eu vejo que ele berra
Eu vejo que ele sangra
a dor que tem no peito
pois ama e ama

Um homem se humilha
se castram seus sonhos
Seu sonho é sua vida
e vida é trabalho
E sem o seu trabalho
o homem não tem honra
E sem a sua honra
se morre, se mata

Não dá pra ser feliz,
não dá pra ser feliz...

sexta-feira, 4 de julho de 2008


"Eu não explico o inexplicável meu caro Otto; Deus não me deu esse dom!"

(Nelson Rodrigues)